Falar sobre coisas é um privilégio humano tão fascinante que, às vezes, a despeito das coisas, torna-se um fim em si. Falamos sobre coisas que não são mais elas, são imaginações sobre imaginações, palavras que correm soltas dispostas a assumir qualquer sentido, pois carecem, por desconhecimento, de seus objetos de origem. Na atualidade, a palavra estética é um bom exemplo disso. Esteta é o modista, como o é o ortodontista, o cabeleireiro, o personal training e o cirurgião plástico. Todavia, estética é falar sobre coleções de arte ou justificar absurdos de arte contemporânea. Em suma, é falar de percepções encaminhadas a normatizar ou a legitimar aparências. Entretanto, a percepção, aisthesis em grego, donde a palavra estética, não se restringe às aparências. A aparência das coisas depende de afeições particulares, é dizer, subjetivas; por isso a missão da educação é transcender as aparências em direção à profunda percepção do real, do mundo objetivo. Pensar a estética como uma cultura de aparências implica assimilá-la como uma doutrina oposta à educação. Em contrapartida, pensar a estética para além das aparências implica enveredar por uma redescoberta da educação sensível.
Código: |
187974 |
EAN: |
9789895124909 |
Peso (kg): |
0,200 |
Altura (cm): |
22,00 |
Largura (cm): |
14,00 |
Espessura (cm): |
2,00 |
Especificação |
Autor |
Carlos Velázquez |
Editora |
CHIADO EDITORA |
Ano Edição |
2015 |
Número Edição |
1 |