A quem Jesus ressuscitado realmente apareceu? Que papel teve esse tipo de manifestação? Como entender as descrições que materializam as aparições? Esta obra pretende responder a essas e outras questões.
O estudo propõe uma nova classificação do conjunto das menções e dos relatos de aparição do Novo Testamento, situando-os em duas grandes categorias: as cristofanias "fundadoras" e as "catequéticas". As primeiras serviram para lançar as bases da Igreja primitiva; as outras, para comunicar um ensinamento de fé para a comunidade já estabelecida. A autora avança a hipótese de que só as cristofanias fundadoras têm fundamento histórico; as outas seriam construções tardias com forte teor pedagógico, que atribuíam ao próprio ressuscitado a comunicação de doutrinas fundamentais. Portanto, estas responderiam às necessidades e aos questionamentos bem enraizados no contexto do crescimento da comunidade primitiva.
A obra aborda cada cristofania sob dois ângulos distintos: seu valor histórico e seu alcance teológico. O fato de manter sistematicamente juntos esses dois eixos no interior do mesmo estudo é novo no tratamento desta questão. Do ponto de vista metodológico, este estudo se inscreve na linha da investigação sobre o Jesus histórico, uma das grandes dimensões da pesquisa atual.