Estas 48 Variações abordam de forma criativa e original a vida, a época e a obra de um compositor que, a partir do final do século XIX, tornou-se um deus da música ocidental. Em seu tempo, entretanto, Johann Sebastian Bach (1685-1750) era apenas um trabalhador da música, um homem cujo maior orgulho estava em pertencer a uma família tradicional de músicos. Bach ficou órfão de pai e mãe aos dez anos; sua primeira esposa morreu com 36 anos; dos vinte filhos que ele teve em dois casamentos, dez morreram prematuramente. A partir dos quinze anos, peregrinou por cidades alemãs em busca do sustento e de melhores condições de trabalho. Enfrentou muitas vezes o despotismo de seus empregadores aristocratas ou burgueses.O livro é construído como uma partitura de Bach - como o Cravo bem temperado, por exemplo, que se compõe de dois tomos, cada um com 24 prelúdios e fugas. Um dos tópicos principais é a variação da imagem do compositor e da recepção de sua obra ao longo do tempo. Há um Bach religioso, ora luterano, ora pietista, ora místico, e há um Bach estético, ora matemático, ora simbólico, ora iluminista. No final da vida, recebia críticas por ser complicado demais, numa época em que os compositores faziam questão de anunciar suas obras como "peças alternativas ao gosto mais simples de hoje, que também podem ser executadas por uma mulher sem grande esforço". Rueb cria uma composição bem amarrada e simultaneamente livre, propiciando uma escuta renovada do universo de Johann Sebastian Bach.