Este livro carrega uma história de vida coletiva. Educadoras em grupo de estudo, amparadas por uma rede teórico-afetiva, experimentaram situações e contextos para expandir e aprofundar a relação estética consigo e com o seu trabalho na escola da infância. A estética como princípio nos fez pensar sobre a educação dos sentidos dos adultos e reverberou em atitudes cotidianas com olhares mais atentos, escutas afetivas e comunicação empática. Também se fez presente em vivências afetivas, ambientes cuidados em que se valoriza a educação das sensibilidades. Rememorando a infância por meio de deslumbramentos estéticos, acordando as meninas perguntadeiras da memória-corpo, o fazer pedagógico foi sendo regado de seiva afetiva aromatizada pela esperança de construir uma educação infantil brasileira mais digna. Podemos dizer que a dimensão estética promoveu autoconhecimento, aprendizagem, reverberou afeto e conexões em feitos pedagógicos aqui narrados. Neste caminho de atenção às crianças e suas vozes, educadoras/es receberam olhares de suas/seus formadoras/es como sujeitos em poiesis, pessoas com lugar de fala, memória, identidade, criação, autoria e afeto em seu ofício. Começamos por nós, através de experiências afetivas que nos permitiram maravilharmo-nos e ser partícipes afetivos da escola que desejamos e que as crianças merecem.