Este livro é fruto de 16 anos de pesquisa trilhando os caminhos das epistemologias ancestrais mediadas pelo digital em rede. Minha modesta contribuição para os estudos pós-coloniais a partir da epistemologia nagô, traz como protagonismo as lutas contemporâneas das juventudes de terreiro, especificamente dos terreiros Ijexá, localizados no sul da Bahia. Dele participam as narrativas digitais de jovens candomblecistas que versam sobre suas lutas cotidianas contra o racismo religioso digital e o epistemicídio acadêmico. O desafio posto foi construir um texto/conversa, que, atravessada pelos estudos desenvolvidos pelos pesquisadores das áreas de: educação, antropologia da religião, filosofia africana, cibercultura e comunicação, dialogasse horizontalmente com os participantes da pesquisa. A concepção da obra baseia-se nas metodologias nagôs, herança do povo africano na diáspora, a partir do ciberxirè. A descolonização do saber, que por sua vez, implica em conhecer diretamente as histórias, que historicamente foram silenciadas e invisibilizadas são apresentadas, aqui, em ritmo e movimento circular, ciberxirè, narrada em primeira pessoa. Como diz, mãe Stela de Oxóssi: “o que a gente não escreve, o vento leva”.