Os manuais de Sociologia costumam seguir certo roteiro que consiste em apresentar o contexto histórico de surgimento da disciplina e sua consequente formação e consolidação teórica, tomando como referência seus fundadores clássicos (Durkheim, Weber e Marx). Tal procedimento também orientou este livro. No entanto, outra abordagem é introduzida. Neste caso, para fins didáticos, apresenta-se uma série de textos no formato de crônicas, no intuito de contar histórias que possuam temas vinculados às questões problematizadas pelos clássicos da sociologia. Com isto, pretende-se construir cenários e possibilidades literárias que favoreçam a leitura e a compreensão de categorias e conceitos sociológicos considerados complexos.  Teoria social e literatura são campos distintos. O primeiro, limita-se pelo real, fiel à busca de uma verdade objetiva, do ponto de vista da observação direta e do rigor científico, enquanto que o outro, da ficção, das infindas possibilidades de leituras e abordagens imagéticas e simbólicas. Na literatura uma personagem pode saltar e voar. Na Sociologia isso deve ser demonstrado. O intuito deste livro é persuadir o leitor para uma imaginação estética, quer dizer, para a possibilidade de construir um pensamento social provocativo, cujos recursos narrativos, próprios da literatura, estejam presentes para a análise e crítica da realidade social em que vivemos. Será possível construir uma Sociologia Barroca, Cabocla, de profundidade sociológica e liberdade estética?