Apesar de prática milenar e universal, o consumo de determinadas substâncias psicoativas tem suscitado debates acalorados, com vozes incisivas vindas de diferentes instâncias – religiosas, jurídico-policiais, médicas. As drogas são responsabilizadas por uma variedade de problemas individuais e coletivos; espécie de ‘traça’ que corrói e arruína o tecido social, ‘entidade’ que aprisiona, degrada e deprime indivíduos, grupos e sociedades. Existe um estigma da droga que pode ser projetado na identidade social do usuário. Através de pesquisa empírica realizada em escolas de ensino médio, discuto o confronto entre acusadores e acusados, problematizando as perspectivas de pessoas caretas em relação aos estudantes considerados drogados. A partir das concepções mais gerais sobre o fenômeno, busca-se uma imersão no entendimento dos processos de acusação que opõe “acusadores” e “acusados” de consumirem drogas, e de ações na imputação de identidades; bem como analiso as dinâmicas e reações à possibilidade do estigma, por parte de estudantes desviantes secretos passíveis de serem rotulados como drogados. No contexto das instituições sociais observadas (características como normalidade; homogeneização; racionalidade científica contraposta à ‘irracionalidade’ do uso de drogas) essa projeção pode repercutir clara e decisivamente nas vidas de estudantes associados a tais práticas. Por fim, o trabalho é um convite à reflexão sobre os modos como a Escola vem lidando com a ‘questão das drogas’, em especial, os limites da tradicional ‘pedagogia do terror e do medo’, e o imperativo de uma abordagem menos moralizante, mais orientada à Educação para as Drogas e Prevenção de Danos/Riscos.
Código: |
25198 |
EAN: |
9788544438565 |
Peso (kg): |
0,440 |
Altura (cm): |
23,00 |
Largura (cm): |
16,00 |
Espessura (cm): |
1,50 |
Especificação |
Autor |
José Hermógenes Moura da Costa |
Editora |
EDITORA CRV |
Número Edição |
1 |