O atual cenário no campo da segurança pública indica uma guerra declarada entre facções e contra as facções. Ambas as situações conduzem ao extermínio de um grupo social: o jovem pobre, preto e morador da periferia. O homo sacer brasileiro. Não apenas o Estado, cuja face mais visível são as polícias, é responsável por este extermínio, mas também aqueles que são exterminados ceifam as vidas de seus pares que se encontram em facções rivais disputando territórios. Ainda assim, mesmo quando não é explícita a presença do Estado na efetivação do referido extermínio, este está presente. Pois, se não agir é uma forma de agir, a ausência é, também, uma forma de presença. Ora, quando o Estado não garante as condições básicas para o exercício da cidadania de um determinado grupo, esse está, com sua ausência e inação, contribuindo para o fortalecimento das facções. Quando cria e mantém uma política proibicionista que é a razão de ser do tráfico de drogas, igualmente o Estado é responsável pelas mortes produzidas nas disputas sangrentas que ocorrem entre facções. Neste sentido, parece cômodo ao soberano que a necropolítica não necessite ser implementada exclusiva e diretamente pelas mãos visíveis do Estado, mas sim pelo próprio grupo alvo do extermínio.
Código: |
29825 |
EAN: |
9788544431948 |
Peso (kg): |
0,360 |
Altura (cm): |
23,00 |
Largura (cm): |
16,00 |
Espessura (cm): |
1,30 |
Especificação |
Autor |
Ilana Gabriel; Paiva Miranda |
Editora |
EDITORA CRV |
Número Edição |
1 |