Este livro desvela com extrema lucidez e rigor analítico a dissonância no Brasil por meio de seus intérpretes na imprensa: a revista Visão e o jornal O Estado de São Paulo. Ambos os periódicos, ao se afirmarem liberais – cada qual com matrizes ideológicas distintas, que são profundamente examinadas no livro – são colocados perante a Agenda concreta da transição para a democracia, em meados da década de 1980: momento síntese de construção da democracia vindoura. A análise de temas como partidos, sindicatos e movimentos sociais a esquerda no espectro ideológico; a ‘tutela militar”; o chamado “entulho autoritário”; a campanha das “direitas já”; os direitos sociais; a relação entre Estado e Mercado, por meio dos choques na economia, caso do “Plano Cruzado”; entre outros temas permitiu descortinar a distância entre os princípios alegadamente liberais democráticos e a postura elitista, patronal, conservadora e autoritária desses representantes do “liberalismo autoritário” no Brasil. Trata-se de uma obra que já nasceu clássica dos estudos da ideologia liberal no Brasil.