O que leva uma mãe a atravessar fronteiras com um filho nos braços, fugindo de um lar onde já não havia abrigo, mas ameaça? Quando o desespero se choca com tratados internacionais, não é apenas a guarda da criança que entra em disputa, mas a própria possibilidade de proteção, de justiça e de recomeço. Este livro nasce do encontro entre a pesquisa acadêmica e a escuta atenta das dores que não cabem nas páginas dos processos. Com olhar crítico e comprometido, Luciana Luti analisa como a ausência de garantias mínimas no sistema norte-americano empurra mulheres brasileiras para escolhas impossíveis — e muitas vezes criminalizadas. Ao refletir sobre a Convenção de Haia de 1980 e os limites do welfare state, a obra denuncia uma realidade invisibilizada: em vez de cuidado, muitas dessas mães encontram o peso de um sistema que as julga antes mesmo de ouvi-las. Um convite à empatia, à responsabilidade e à urgente revisão das nossas ideias de justiça.