Esse livro é uma coletânea, a qual reúne importantes capítulos, escritos por autores de várias regiões, estados e municípios do Brasil. Trata-se de um conjunto de trabalhos de pesquisadores cuja a área da psicologia política é uma importante interlocutora das análises realizadas. O tempo presente brasileiro foi um motor dessa coletânea, organizada para disparar a visibilidade de escrituras insurgentes face ao que se passa na fragilização da democracia no país. Agenciar modos coletivos de resistência é uma prática social e política de sublevação diante de tantas situações precárias e difíceis enfrentadas no Brasil atual. Os pesquisadores e as pesquisadoras, reunidos e reunidas nesse livro ousaram dizer e escrever a respeito da experiência do resistir face aos intoleráveis. Subjetividades inquietas, pensam e problematizam, coletivizam e fazem vibrar passagens para o acreditar que é possível ir além e interferir na história do presente em que se vive. É preciso acreditar para transformar e esses textos, nesse livro trazem essa expectativa por meio de potentes analíticas, que ousam inscrever uma nova história e um novo tempo, de modo transversal e transdisciplinar na dimensão ética, estética e política brasileira. A psicologia política se configurou como um campo de estudos e articulações densos e formado por saberes não apenas da psicologia. Os temas constitutivos das preocupações da psicologia política são: a democracia, os movimentos sociais, as resistências políticas, a subjetividade na política, a publicidade e o marketing na política, o sistema eleitoral, os direitos políticos, os direitos sociais e civis, os preconceitos, as discriminações, os estigmas, as políticas públicas, as mídias e a política, a organização do Estado, o monopólio estatal da violência, as campanhas eleitorais, a violência de Estado, as guerras entre os países, as disputas entre partidos, a organização partidária, a economia política, a ecologia política, as práticas de mundialização e os direitos, os esportes em competições internacionais dos grandes eventos, entre outros temas e preocupações. A escrita opera, nesses capítulos um vetor de dissidência política face ao conformismo e ao fatalismo presentes em uma época em que os negócios humanos estão em zonas de opacidade e a transparência das práticas incomoda a muitos e tende a ser impedida de explicitar processos obscuros que fragilizam e esfacelam as democracias participativas. Com efeito, o livro traz aos leitores aberturas de olhares para que possam transver em perspectiva o que pareceria impedido de ser dito, escrito e divulgado face aos processos de silenciamento político de uma sociedade que tem vivenciado claras tendências ao autoritarismo.