“Da ação ao território em desenvolvimento!”, tal é o caminho para o qual nos convida o autor deste livro. Exame que me parece por demais pertinente, uma vez que esse território é marcado – há meio século pelo menos – pela mobilização de um movimento social que tende a reunir o conjunto de forças vivas constituídas pelos representantes das categorias sociais dominadas para resistir e lutar contra as formas de dominação que buscam se impor, a exemplo do que se passa em grande parte da Amazônia. As lutas e as resistências interpelam a existência de um movimento social, sua organização e os muitos apoios que os beneficiam. Desta perspectiva, a situação do Baixo Tocantins é alçada à condição de luta e resistência absolutamente exemplar da Amazônia brasileira. Nesta análise chama a atenção o interesse em demonstrar de qual maneira tal influência vai se manifestar na organização das comunidades, na qualidade e ação dos líderes locais, na animação do trabalho coletivo, no desenvolvimento de um tecido associativo que afeta grande número de setores de atividades do território. Com igual valor, eis um convite para pensar o universo das interações cotidianas entre próximos, das negociações entre atores locais no seio das comunidades e entre estas, das intrigas, mas também dos acordos que aí se produzem e que permitem explicar como engajamentos coletivos no âmbito de um movimento social de envergadura podem se transformar em engajamentos de atores em ações locais de caráter coletivo. Assim, ações de natureza econômica são ao mesmo tempo ações políticas que justificam o engajamento individual e coletivo em um desenvolvimento inclusivo, agora e mais adiante. Pierre Teisserenc