Subir uma montanha, descer um rio, escalar uma parede são atividades que exigem do praticante mais do que um esforço físico: elas requerem um ritual que separa o escalador ou o canoísta dos mortais comuns e os aproxima do divino, sacralizando suas vidas. Todo o preparo para essa viagem remete ao sentido de um ritual orgiástico: a busca do êxtase final. Quanto mais o homem sobe a montanha ou desce o rio selvagem, mais ele se supera e se aproxima de sua espiritualidade, encobrindo o tempo presente, vivendo uma aventura pessoal de liberdade e transcendência. O praticante se aproxima, dessa forma, do divino que existe em si mesmo.Essa prática na natureza, em meio selvagem, está associada à idéia de aventura, com um forte valor simbólico. Trata-se de uma aventura motriz que mobiliza o imaginário, influenciada pelos mitos e símbolos que animam a cultura em que se desenvolve a atividade. Há um instinto de jogo com o próprio limite. Nesse jogo, os atores satisfazem sua imaginação criadora mapeando as montanhas com trilhas, vias e rios, provando a si mesmo sua capacidade de autocontrolar-se, de auto-superar-se e de auto-aperfeiçoar-se.A Profª Vera Lucia de Menezes Costa, destaque inconteste da Educação Física brasileira, desenvolveu uma pesquisa que possibilita à comunidade esportiva e ao público em geral interpretar o Esporte-Aventura, a partir de uma busca nos próprios sentidos de aventura e risco.Sem dúvida, em Esportes de Aventura e Risco na Montanha o leitor encontrará um tema fascinante!