Com pulso firme, Cristina leva o leitor a um passeio por aqueles nichos que nem sempre gostamos de visitar. São pedaços de vida bem estruturados, cirurgicamente fatiados, que vão nos mordendo como descargas elétricas. As cenas jorram de frestas finas, muito comprimidas, como se estivessem contidas há muito dentro de alguma coisa e, de uma hora pra outra, se deixassem partir por meio de rachaduras forçadas de dentro pra fora. São golpes duros. E que também deliciam pela plenitude artística. Narradora habilidosa, Cristina fala do cotidiano, da solidão urbana, da espera, do alento. E, como naquela definição de uma boa obra de arte, condensam o que há de mais importante a ser dito sobre a nossa miséria sem explicitar exatamente o que é. Na forma, as histórias têm aberturas secas e finais abruptos, como - é o que se diz - os bons contos devem ser. Deixam o leitor com de boca aberta, o que talvez seja a mais importante função do artista. A gente se perturba com eles, não há como sair ileso.
Código: |
125739 |
EAN: |
9788566887211 |
Peso (kg): |
0,240 |
Altura (cm): |
21,00 |
Largura (cm): |
14,00 |
Espessura (cm): |
1,10 |
Especificação |
Autor |
Cristina Judar |
Editora |
EDITORA REFORMATÓRIO |
Ano Edição |
2015 |
Número Edição |
1 |