Boa parte da sensação de vazio (tédio gratuito), que chamaremos de inquietude da alma, hoje, é naturalmente causada pela dificuldade de inclusão nas camadas sociais que insaciavelmente consomem, e, por conseguinte, asseguram a fertilidade das ansiedades geradas pela sociedade de consumo. Quanto mais consumimos, mais nos distraímos, e a consequência disso é que nos distanciamos das reais possibilidades que nos levariam a felicidade e a tristeza. Quer dizer, amizade e solidão são substituídas pelo prazer insaciável das compras de qualquer espécie. Daí, a experiência da escassez contrasta com o consumo compulsivo, e dessas disposições comportamentais o caminho me parece claro - uma quer se interromper e a outra quer se perpetuar. Na capacidade de reconhecermos que não gostamos de pobres, e tampouco de sermos pobres, pode residir nossa salvação racional, moral e ética, que poderá nos fazer entender que aquilo que realmente não gostamos, é a pobreza. Se entendermos que o egoísmo do capitalismo reduz nossa visão do real, e a indiferença é um feitiço que se voltará contra o feiticeiro, não somos medíocres.
Código: |
188452 |
EAN: |
9789895207282 |
Peso (kg): |
0,100 |
Altura (cm): |
22,00 |
Largura (cm): |
14,00 |
Espessura (cm): |
1,00 |
Especificação |
Autor |
Alexandre Rezende |
Editora |
CHIADO EDITORA |
Ano Edição |
2017 |
Número Edição |
1 |