Este livro situa a proposta de reestruturação da Metafísica de L. B. Puntel a partir da “Reviravolta Linguística”, articulada na filosofia analítica e na filosofia hermenêutica. Nesse contexto, a linguagem é entendida como um sistema semiótico abstrato que contém uma quantidade inumerável de expressões. Este é, para Puntel, o locus originarius da compreensão da linguagem, que é por ele denominada como “linguagem originária” e que ocupa a posição primordial na filosofia. A tematização da linguagem não constitui o objeto próprio da investigação filosófica, mas sua consideração faz parte da tematização dos pressupostos irrenunciáveis da articulação da filosofia enquanto forma de atividade teórica na vida humana, portanto, das condições de possibilidade de compreensão de toda e qualquer realidade.
Uma teoria da realidade em seu todo, objeto próprio da filosofia, é o que tradicionalmente se chamou de metafísica. Embora não haja acordo sobre o que ela seja, sobre suas tarefas, objetivos e divisões – depois de uma longa história de reestruturação e negação –, é um fato importante que hoje muitos filósofos a aceitem como uma dimensão essencial da filosofia.
Puntel faz uma proposta em que a metafísica é trabalhada em dois níveis: ela é uma teoria dos entes, uma ontologia geral e especial, mas, mais profundamente, uma teoria daquilo que os entes têm em comum, o que ele denomina “Ser Primordial”, portanto, o Ser como a dimensão que abrange toda e qualquer realidade. Assim, seu tema específico é justamente este ponto em comum, esta unidade originária. Trata-se aqui da maior tarefa da filosofia, sua temática mais abrangente, a teoria da dimensão absolutamente universal: a Teoria do Ser.