O livro apresenta cuidadosa e abrangente análise de longo prazo sobre as questões de segurança e defesa da região do Atlântico Sul à luz das relações históricas Brasil-EUA, desde os anos iniciais de seu envolvimento na Segunda Guerra Mundial até os mais recentes acontecimentos que relançam a região em renovada fase de valorização geopolítica e geoeconômica. Identificam-se três períodos de convergência nas relações, “condicionada”, “tênue” e “conjuntural”, permeados por divergências sobre o status brasileiro no Atlântico Sul, sobre a busca de autonomia estratégica da Marinha brasileira e sobre a operacionalização da segurança na região sul-atlântica. Com base em documentação recentemente desclassificada e entrevistas com autoridades especialistas no tema, a obra extrapola os limites desta relação para abordar também a participação atual de outros atores estatais e organizações internacionais extrarregionais. Diante da inexistência de moldura de segurança própria e efetiva para o Atlântico Sul, observam-se recentes propostas externas de sistemas de segurança alheios aos objetivos dos Estados sul-atlânticos. As recentes descobertas de imensas reservas de petróleo na região, a perspectiva de exploração de minérios estratégicos no fundo mar e as históricas e potencialmente conflituosas reivindicações territoriais na Antártica são sinais concretos de que a região sul-atlântica poderá tornar-se foco de tensão mundial, o que exigirá do Brasil atuação internacional vigilante e alta capacidade de defesa de sua soberania. Nesse sentido, traçam-se cenários prospectivos, com base nas recentes tendências securitárias dos Estados e nos objetivos explícitos nos documentos de defesa e segurança nacionais dos atores com velados interesses políticos e econômicos na região.