O jornalista maranhense João Francisco Lisboa viveu num tempo de efervescência política (a Regência e o início do Primeiro Reinado), tempo em que o Brasil aprendia a se governar, tempo de ataques aos portugueses, de conflitos entre oligarquias, de rebeliões populares. Tempo também de grande influência da imprensa. Os jornais, muitos deles simples pasquins, eram a principal arma de luta política: os jornalistas punham sua pena a serviço dos partidos e facções em conflito.Depois de militar durante vários anos na facção liberal dos bem-te-vis, Lisboa desencantou-se com a política e dedicou-se a estudar e escrever. Sua obra principal foi o Jornal de Timon. O pseudônimo (Timon) ele foi buscar no filósofo grego conhecido pela misantropia, pelo ódio à humanidade. Ao mesmo tempo lúcido e mal-humorado, Lisboa evitou, assim, ter uma visão complacente de seus conterrâneos e contemporâneos.A parte do Jornal aqui publicada (segundo e terceiro folhetins) constitui a mais rica descrição e a mais devastadora crítica dos costumes políticos da época, sobretudo das eleições, dos partidos e da imprensa. Fraude, violência, traição, corrupção, subserviência, arrogância, mediocridade - nisso se resumia o comportamento dos políticos do Maranhão. Segundo Timon, embora o Maranhão fosse o pior que havia, as críticas valiam também, em boa parte, para o resto do Brasil.A maior e também mais deprimente lição que se tira de leitura do Jornal, no entanto, é que muitas das críticas ainda são válidas para os dias de hoje, passado um século e meio.
Código: |
115220 |
EAN: |
9788571644465 |
Peso (kg): |
0,237 |
Altura (cm): |
16,00 |
Largura (cm): |
11,50 |
Espessura (cm): |
1,80 |
Especificação |
Autor |
João Francisco Lisboa |
Editora |
COMPANHIA DAS LETRAS |
Ano Edição |
1995 |
Número Edição |
1 |