Quais e de que natureza são as operações que fazem com que o ofício do historiador não seja uma prática espontânea? Quais as consequências da caracterização do trabalho histórico como fruto apenas da escrita? Se considerarmos autores como Georges Duby, Michel Foucault, Jonathan Spence ou Carlo Ginzburg, cujos livros conjugam um denso trabalho de erudição, formas criativas de emprego da linguagem e um uso pouco convencional da imaginação histórica, torna-se pertinente a divisão entre um campo marcado pelo prazer, pela imaginação e pelo requinte da escrita, como o da ficção, e outro encerrado num insosso apego positivista ao método, aos fatos e à realidade? Essas são interrogações feitas por Renán Silva neste pequeno livro, que, com posicionamentos seguros, enfrenta também outros temas complexos, como a controversa delimitação da história do tempo presente como campo autônomo, o privilégio conferido à violência do século XX como base de leituras catastróficas das histórias latino-americanas e os supostos riscos de instrumentalização da historiografia por análises que, excessivamente centradas na formação de minorias, seriam pouco críticas aos condicionantes do seu próprio discurso. Num texto breve, mas com profundidade, Renán Silva sugere que a reflexão sobre a própria prática deve ser parte constitutiva do ofício do historiador, nem sempre atento à complexidade das operações que efetua ao colocar em questão interpretações naturalizadas sobre o passado, produzindo um estranhamento em relação à experiência vivida. Trata-se, portanto, de referência relevante a todos aqueles que se interrogam sobre as potencialidades e os limites desta difícil tarefa. Douglas Attila Marcelino
Código: |
33617 |
EAN: |
9788582176221 |
Peso (kg): |
0,237 |
Altura (cm): |
22,50 |
Largura (cm): |
15,50 |
Espessura (cm): |
1,00 |
Especificação |
Autor |
Achille Mbembe |
Editora |
AUTÊNTICA |
Ano Edição |
2015 |
Número Edição |
1 |