“O pouso das andorinhas” é uma metáfora para contar, nos termos da pesquisa geográfica, a trajetória de vida de dezenas de homens e mulheres que tornaram-se assentados da reforma agrária em quatro municípios de Goiás: Ipameri, Goiandira, Orizona e Silvânia, que fazem parte do Sudeste Goiano. Do processo de territorialização, desterritorialização e reterritorialização (TDR) formaram-se, entre 1987 e 2010, os seis assentamentos rurais tratados neste livro, a saber: Assentamento João de Deus, São Sebastião, Olga Benário, Madre Cristina, Buriti e Maria da Conceição, organizados junto a mediadores e movimentos sociais, como sindicatos de trabalhadores rurais, Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Estado de Goiás (FETAEG), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), entre outros. Na dinâmica do cotidiano, vão produzindo seus territórios, por meio das territorialidades e não sem estarem envolvidos em distintas relações de poder, desde a organização do trabalho às identidades religiosas. Onde moram, trabalham, plantam e colhem, também resistem e criam maneiras de fazer a vida. Como canta Ana Moura, fadista portuguesa: “As andorinhas é que são rainhas, a voar as linhas da liberdade”.