O conceito de cultura parece um “subterfúgio ritual” no contexto da formação social pós-ditadura no Chile, ensejando uma formação discursiva ambígua que impediu o desenvolvimento das ciências da cultura e propiciou um uso equivocado desse conceito. Assim, primou num amplo espectro de nossas ciências humanas um vazio, uma ausência, uma visão culposa que atualmente, já introjetada, se torna um peso, obrigando-nos a assumir novas categorias e a nos comprometermos com os processos históricos. Sonho que o recente movimento estudantil seja um tremor que possibilite esse assalto ao céu que significa interdisciplinar, confundir, atrever-se a falhar, ressignificar, criar e recriar. Enfim, fazer uma mimese desatada e uma práxis heterodoxa, permitindo assumir nosso pensamento e escrita como uma mão lançada ao infinito para captar, nunca capturar, a explosão de metáforas suscetíveis em cada enunciação e descobrir galáxias com formas sinuosas e irregulares na infinitude do céu estrelado de significantes. Huidobro tinha razão – “o adjetivo, quando não dá vida, mata”. A linguagem sempre falha, mas confio que estes adjetivos, e mesmo este livro inteiro, não dilapidem a possibilidade de prosseguir a escrita. Miguel Alvarado Borgoño é antropólogo pela Universidade do Chile, mestre em ciências sociais pela Universidade Gregoriana de Roma e doutor pela Universidade de Göttingen, na Alemanha.
Código: |
140173 |
EAN: |
9788526813786 |
Peso (kg): |
0,280 |
Altura (cm): |
21,00 |
Largura (cm): |
14,00 |
Espessura (cm): |
1,50 |
Especificação |
Autor |
Miguel Alvarado Borgoño |
Editora |
UNICAMP |
Ano Edição |
2017 |
Número Edição |
1 |