Um convite à leitura! Obra singular na bibliografia das Ciências Sociais e Aplicadas, aborda tema de inquestionável relevância ao trabalho profissional de assistentes sociais e de outras profissões regulamentadas. Produto de ampla e rigorosa pesquisa histórica, bibliográfica e documental, situa o Serviço Social na contextualidade histórica produzida pelas contradições que o constituem e o movimentam na construção do seu estatuto jurídico, fundamentando a premissa de não se tratar – o Serviço Social – de uma “profissão liberal” no sentido clássico da definição, problematizando os impactos decorrentes desta condição. Orientado por questionamento críticos e criativos, que situam de maneira original as profissões a partir das particularidade que marcam a formação socioeconômica, política e cultural brasileira, com seus mais de 300 anos de escravismo, ausência de uma revolução burguesa clássica, sua dependência e heteronomia aos interesses externos, situa a configuração do Estado nacional, seus “pactos pelo alto” e atuação no deslocamento das profundas contradições de classe, para o que contou com a proposição de regulamentar as ocupações/profissões no século XX. Assim é que a regulamentação ética e formação profissionais do Serviço Social são apresentadas nesta obra: como resultado da “luta de classes e dos projetos de sociedade que a elas são pertinentes”. Dialogando com as matrizes clássicas do pensamento social moderno e com autores contemporâneos de forma didática e acessível a estudantes e profissionais, expõe com nitidez as escolhas éticas e a intencionalidade política da profissão na sua trajetória, o que a caracteriza como uma obra que aborda os fundamentos do Serviço Social, destinada à formação graduada e pós-graduada. O livro é de leitura obrigatória pela coerência e fundamentação próprias da trajetória de seu autor, o professor Charles Toniolo, um jovem intelectual cuja inserção profissional, acadêmica e política atesta uma longa e profícua trajetória e efetiva contribuição ao Serviço Social brasileiro e internacional. Yolanda Guerra Rio de Janeiro, inverno de 2021.