• Contos completos

“Monteiro Lobato”, escreve Cornélio Pires, eminente etnógrafo da cultura e do dialeto caipiras da primeira metade do século XX, “é incontestavelmente um moço de muito talento e de magnífica organização literária. O seu estilo simples e claro atrai, prende, enleva e delicia”. Passados mais de 65 anos da morte do escritor, difícil não nos deliciarmos com as histórias reunidas neste Contos completos, que a Biblioteca Azul, da Globo Livros, acaba de lançar.

O volume compila todos os contos de Urupês (1918), Cidades mortas (1919), Negrinha (1920) e O macaco que se fez homem (1923) e ainda traz um bônus que revitaliza as pesquisas sobre o autor no Brasil: uma vasta fortuna crítica que posiciona e transporta o leitor de hoje à atividade literária feita na época. Estão presentes contos clássicos como “Meu conto de Maupassant”, “Bucólica”, “Cavalinhos”, “As fitas da vida”, “O bom marido”, entre dezenas de outras histórias.

A apresentação, assinada pela pesquisadora Beatriz Resende, reitera ao leitor de hoje, seja ele conhecedor ou não já da obra lobatiana, a relevância de ler os contos para compreender nosso país e conhecer a verdadeira história do modernismo no Brasil. Sem Urupês, primeiro livro de contos do autor, nossos artistas teriam tomado outros rumos nas fases seguintes do movimento. Foi o livro que deu as bases para os motores das vanguardas no país. Qualquer crítica social que se faça a Lobato se esvai quando notamos, na apreciação atenta de suas narrativas, que determinadas falas funcionam como um eco da sociedade de então, com seus preconceitos e suas amarras.

Merece especial atenção o cuidado editorial do volume, totalmente ilustrado com imagens de acervo pessoal da família da Lobato. São fotos de momentos da vida íntima do autor, com a família, e que reportam também, ao passo que as histórias avançam cronologicamente quanto à data de publicação, a transformação do campo e das cidades.

A fortuna crítica, ao fim do volume, foi selecionada a partir do precioso arquivo pessoal de Maria Pureza Natividade Monteiro Lobato, a dona Purezinha, esposa de Lobato, que, durante anos, recortava as notícias relacionadas ao marido e as colava num álbum. Conta com uma carta de Oswald de Andrade a Lobato, além de críticas de Lima Barreto, Agripino Grieco, José Lins do Rego, Caio Prado Júnior, entre outros. Referências que recuperam matérias, resenhas e artigos que foram escritos contemporaneamente à produção de Lobato.

Código: 93229
EAN: 9788525055835
Peso (kg): 0,852
Altura (cm): 23,00
Largura (cm): 16,00
Espessura (cm): 3,70
Especificação
Autor Monteiro Lobato
Editora BIBLIOTECA AZUL
Ano Edição 2014
Número Edição 1

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Contos completos

  • Disponibilidade: Esgotado
  • R$109,90