A obra de Clarice não cessa de surpreender. Não só pelo amor ao risco e à experimentação, mas também por sua estranha fortuna pública: à autora difícil de uma obra feita para ser lida por poucos, seguiu-se a celebridade aos olhos da crítica feminista, antes da admissão à lista de leituras obrigatórias das escolas brasileiras.
Em todas essas versões de Clarice mora o risco do lugar-comum. Um deles diz respeito à distinção entre os livros escritos "com as entranhas" e os livros menores do fim da vida, que só não causam constrangimento maior por terem sido relegados pela própria autora. É contra essa distinção fácil demais que Vilma Arêas tenta demonstrar a fundamental unidade da obra de Lispector.
O método não podia ser mais engenhoso: partindo justamente das obras secundárias, a crítica revela como são perpassadas pela mesma angústia pessoal e estética que conferia tensão dramática aos livros já consagrados. Com uma novidade nada desprezível: a Clarice desse período aventura-se mais a fundo numa dicção irônica, de paródia e melodrama, que lhe renderia A hora da estrela, um retrato doloroso e fraturado da vida social brasileira.
Código: |
112007 |
EAN: |
9788535906677 |
Peso (kg): |
0,240 |
Altura (cm): |
21,00 |
Largura (cm): |
14,00 |
Espessura (cm): |
1,10 |
Especificação |
Autor |
Vilma Arêas |
Editora |
COMPANHIA DAS LETRAS |
Ano Edição |
2005 |
Número Edição |
1 |