Esta obra propõe certo modo de compreensão do edifício; mais precisamente, sugere uma teoria e uma prática para a busca de significados na arquitetura. O estudo implica a compreensão do edifício enquanto experiência, que transformada em narrativa (e somada à performance) tem uma capacidade original para “contar” histórias, articulando a possibilidade de sentidos. A autora revela o processo de compreensão das diversas temporalidades e como elas se manifestam no edifício. O tempo aqui é um elemento essencial na investigação para a construção de uma história crítica da arquitetura: de um lado, a reflexão parte do objeto no tempo, por outro lado, a análise aponta para o tempo no objeto. Deste processo emergem memórias, rastros, fragmentos, sintomas e fantasmagorias, que estão além dos confins do edificado. O livro apresenta uma teoria e sua prática, articulando o campo de pesquisa da História e Teoria Interartes com os estudos da Memória, da Estética Comparada, da Transdisciplinaridade e da Psicanálise, propondo uma abordagem da experiência do edificado enquanto performance e do edifício como hipertexto. Como objeto da prática, a autora aposta no estudo do edifício da Fundação Iberê Camargo, em Porto Alegre, de autoria do arquiteto português Álvaro Siza, por ser um edifício emblemático, como é possível observar no decorrer dos capítulos. O livro mostra uma história-crítica da arquitetura compreendendo os termos valorativos que fazem com que essa obra atravesse seu tempo, seja inovadora e atemporal simultaneamente.