Este livro apresenta uma abordagem da aproximação das pesquisas que envolvem estudos sobre as autobiografias e a formação nos tempos recentes, analisando a literatura pedagógica do campo educacional e, especificamente, no domínio da formação de professores no Brasil com a finalidade de mostrar uma compreensão da circulação de ideias. Inicialmente, destacamos como as autobiografias são apropriadas em obras de autores que pretendem tomar a experiência socializadora das autobiografias como uma experiência formativa, acreditando que levar os sujeitos a contarem suas histórias a si mesmas possa conduzi-los por processos parciais de afirmação que são considerados formativos, o que denominamos de ‘crença autobiográfica’. Em seguida, damos atenção a uma exposição do uso das autobiografias em pesquisas sobre a formação de professores no Brasil, analisando pesquisas da literatura pedagógica sobre formação de professores e atribuindo três significações das autobiografias nos estudos sobre formação de professores no Brasil: como método, como expressão de significações identitária e como experiência formativa. No terceiro momento, fazemos um esboço de um olhar sobre as pesquisas com abordagens autobiográficas e a formação tomando como base os textos divulgados nas três primeiras seções dos Congressos Internacionais de Pesquisas Autobiográficas, realizados no Brasil. Por fim, ensaiamos uma forma de compreender a circulação de ideias e dos modismos no campo educacional, problematizando a forma indiferenciada de circulação da “crença autobiográfica” como um modismo na educação e tendo como referência a teoria da difusão das imitações do sociólogo francês Gabriel Tarde.