Depois da ladainha, do canto de entrada, no coro do primeiro corrido, estendemos as mãos para o céu, pedimos a proteção, fazemos o pelo sinal e começamos o jogo. Entramos na roda para o diálogo sobre uma capoeira humanizadora. Com o transcorrer de nossas experiências pedagógicas cotidianas passamos a sentir inquieta-ações, dúvidas e incertezas, pois nossa práxis é interrogada constantemente por nós e pelos outros. Não somos infalíveis, perfeitos, estamos na verdade em permanente busca de uma pedagogia que possa libertar e humanizar e, dialeticamente, libertar e humanizar a nós mesmos. Somos transgressores. Queremos transgredir a lógica de uma (cons) ciência dogmática, racionalizadora, e nesse momento e movimento de ( in ) fluência dos pensamentos que vão brotando, deixamos as palavras ganhar sentido e, suavemente, encontrarem-se umas as outras e, assim, vamos nos sentindo movidos, motivados, levados, imbuídos, felizes, contentes mesmo, por isso e por tudo isso, autenticamente, sendo, estando, sem medo, aventureiros, escrevendo por nós e para nós, ávidos de vontade de romper com essa excursão solitária, portanto, partilhar e compartilhar, de alguma forma e em algum momento, esse divagar que devagar afigura-se em êxtase e, mesmo que seja para receber críticas, transgredir- manifestar-partilhar-doar, ser-estar-agir, criar-pensar-amar, humanizar-jogar. Assim, alegra-nos escrever assim, desse jeito, como na roda de capoeira, livre. Gostaríamos de ressaltar que esse jeito significa muito, significa e nos significando nos sentimos significados, vivos, preenchidos, dispostos, cheios de energia para tornar-nos mais amantes do jogo da vida e do que estamos fazendo. Fazendo e gostando do que estamos fazendo.