Destinado a educadores e pessoas que têm interesse e responsabilidade para com a formação das novas gerações, este livro apresenta uma reflexão sobre a relação entre a educação e a continuidade do mundo comum que está no cerne da compreensão de Hannah Arendt sobre a educação. Ao mesmo tempo, busca elucidar algumas implicações para o currículo a partir dessa compreensão. “A essência da educação é a natalidade, o fato de que seres nascem para o mundo” (ARENDT, 2003, p. 223), um mundo que é renovado através da chegada dos novos e conservado pelos adultos, por aqueles que já pertencem ao mundo. A educação tem a tarefa, juntamente com a formação dos novos, de favorecer condições de possibilidade para a continuidade do mundo, continuidade que não é repetição, mas potencial capacidade de interromper o velho e iniciar o novo. No centro desta reflexão, apoiada no pensamento de Hannah Arendt, está o caráter público da educação, a importância da autoridade e da tradição e a atitude do amor mundi. Tal atitude é traduzida na responsabilidade pelo mundo comum e pela formação dos novos, bem como na relevância do amor ao mundo para a educação. A possibilidade para que isto aconteça está profundamente enraizada na própria compreensão do ser humano, que é a sua capacidade de agir, a sua ação singular de introduzir novos começos no mundo.