Que sorte a minha de poder enveredar, pela mão de Alice, num país que nem é tão das maravilhas, mas que é nosso e precisa ser revisitado pelo olhar dos nossos pesquisadores. É esse sentimento que emerge quando leio a obra da Dra. Teresa Cristina Merhy Leal, oriunda da sua tese de doutorado: “Narrativas de Professoras da Educação Infantil: Formação, Prática Docente e Relação com as Famílias em uma Instituição Comunitária”. Ela me leva à periferia da minha cidade e faz com que eu desnude a desigualdade presente nas Instituições Comunitárias e como isso se reflete na experiência (auto) biográfica de professoras da Educação Infantil nesses espaços. Esse livro é uma costura bonita, narrada em prosa poética, e que fazendo uso da metáfora do jardim para nos apresentar as histórias das professoras-flores e seu olhar sobre as famílias das crianças, também nos fala sobre as trajetórias, narrativas e dinâmicas desse jardim na/da Educação Infantil. Teresa é generosa, e ao escutar as histórias de vida e formação de cada professora-flor, faz com que o seu leitor se transporte para o mesmo espaço-tempo que elas: o interior da Bahia, a periferia de Salvador, as brincadeiras da infância, a estrutura de família e o sonho do magistério como garantia mínima de formação para ter um emprego que pudesse dar conta da existência. Esse livro é um convite para que não percamos a capacidade de “Esperançar” e para que continuemos levantando a bandeira da utopia que anuncia o quanto é possível construir um país melhor para crianças, suas famílias e professoras. Profa. Dra. Luciene Souza Santos Departamento de Educação da UEFS