Este é o relato de experiência marcante na vida da escritora Sônia Barros. Um segredo de sua infância, que ela guardou por anos e revela neste livro.

Na primeira parte, ela conta como era apaixonada por um gato de uma casa que ficava no trajeto que passava com sua mãe todos os dias. Ela desejava fazer carinho nele, e o gato se aproximava, mas sempre parava antes do portão.

Um dia, ela o viu esparramado na calçada e tentou passar a mão, mas ele correu para a rua. Na hora, passou um carro, que jogou o gato de volta a seus pés.

A segunda parte fala da dor, do luto e da enorme culpa que sentiu. Ela começou a punir a si mesma, tendo perdido a vontade de fazer o que mais amava na vida, que era ir à biblioteca para ler. Para ela, aquele lugar era mágico, tanto que o chamava de seu “castelo”, onde aprendeu a “voar”.

A professora, sua mãe e a bibliotecária perceberam e fizeram de tudo para amenizar sua dor. No entanto, ela só iniciou seu processo de cura ao se identificar com Clarice Lispector no livro “A mulher que matou os peixes”. Assim, ela se sentiu acolhida pela autora e pelo livro.