Nesta Seleta estão reunidos contos e fragmentos de romances do premiado escritor João Anzanello Carrascoza.
Uma pequena amostra da vasta produção literária deste autor que elegeu as histórias breves como forma privilegiada de expressão – mesmo quando falamos de seus romances. Cada trecho aqui é um efêmero episódio de alma própria, um recorte de vida.
Carrascoza é um escritor das miudezas cotidianas, das pequenas ternuras e angústias que são ao fim do dia as grandes formadoras das subjetividades. Esse olhar perspicaz permite esmiuçar a intimidade com uma prosa lírica, mas precisa. Os instantes simples da memória infantil, dos laços familiares, dos silêncios doces ou das ausências amargas são fonte para narrativas que deságuam em epifanias e transfigurações.
Esta Seleta reúne contos de livros premiados como O vaso azul, Aquela água toda, Tempo justo e Catálogo de perdas, além de fragmentos de romances como o Caderno de um ausente, Menina escrevendo com o pai e A pele da terra, da recente e elogiada Trilogia do Adeus. A seleção foi feita pelo próprio autor, a pedido da editora. O que para Carrascoza foi um minucioso exercício de visitação, para o leitor e a leitora é uma forma resumida de acesso a grandes histórias de um dos nossos maiores prosadores.
“Pela finura com que fixam vislumbres da condição humana, os melhores contos de O vaso azul merecem ser chamados epifânicos, quando mais não fosse por a ‘súbita manifestação espiritual’ a que dão voz tácita ocorrer sempre na ‘vulgaridade’ da vida cotidiana.” - José Paulo Paes, Jornal de Resenhas/Folha de S.Paulo
“Com que arte sutil e compassiva o narrador sabe dizer os silêncios que unem pais e filhos.” - Alfredo Bosi, em apresentação de O volume do silêncio
“Em sua contensão, alguns contos se aproximam de poemas, sem pudor de construções que alisam a beleza das palavras, dos sons, das imagens.” - Beatriz Resende, crítica literária e professora universitária, para O Estado de S. Paulo.
“Carrascoza escreve, entre outras coisas, sobre a angústia do pequeno, de desejar pouco e de ser torturado pela rotina, apesar de que em cada movimento sutil existe um destino transformado.” - Marcelo Rubens Paiva, Folha de S.Paulo
“Disso é feita a escrita de Carrascoza, de poesia que se quer silêncio, de miudezas que constroem o cotidiano, de melancolia, de lirismo.”- Luiz Ruffato, escritor.
“Carrascoza é um lapidador de sentenças, um filigranista. É nos contos deste paulista de Cravinhos que a palavra ‘lirismo’ adquire valor máximo. Sua prosa é intimista, de tons suaves e ternos.” - Nelson de Oliveira, Nossa América
“Os personagens quase não falam, mas o silêncio serve de contraponto a toda uma linguagem do corpo, e o que não é dito em palavras se expressa por gestos, olhares, pequenos toques. O resultado é um sofisticado jogo entre ‘leitores’, no encontro, ou confronto, de todo dia.” - Flávio Carneiro, Jornal de Resenhas/Folha de S.Paulo
“O resultado dessa prosa em câmera lenta é uma ternura incomum, quase ingênua, mas verdadeira. (…) A literatura de Carrascoza colabora para a crítica da massificação destruidora tanto quanto aqueles escritores que a atacam diretamente”. - Haroldo Ceravolo Sereza, O Estado de S. Paulo