Esta é a história de um homem do seu tempo, este nosso tempo tecnológico e neo-romântico de aceleração vertiginosa dos desejos mais inconfessáveis e das (des)crenças de todas as ordens. SOLO conta a vida desse homem dividido entre a busca do sucesso profissional, alcançado precocemente na publicidade, e um grande amor fracassado. Tudo na sua vida é tragicômico. Em algum momento, tudo esteve ao alcance da sua mão. Bastava ligar e pedir uma pizza. Depois, restaram-lhe os controles remotos da televisão, do aparelho de som e do DVD. É nessa época que tentará encontrar um sentido, talvez até mesmo algo anacrônico, o sentido da vida.Este livro se insere, portanto, na longa tradição dos romances sobre um personagem que vai ao fundo do poço ou desce ao inferno em busca de si mesmo. Nessa aventura interior radical, ele atravessa várias etapas, desde uma fase de reclusão total sobre o sofá da sua sala, vendo o Canal Rural, a TV Senado e a eleição de um novo Papa, até uma fuga para o exterior, com viagens por alguns países em busca da sua identidade. As surpresas se fazem sentir do início o fim. Nada parece ser o que é. Como não poderia deixa de ser, influenciado por livros de auto-ajuda, tendo se tornado leitor de Paulo Coelho e de Dan Brown, acaba por buscar numa crença superior um alivio para os seus sofrimentos e dúvidas. Mas em qual religião apostar quando são muitas as possibilidades em oferta no mercado das crenças? Como fazer a escolha certa?Bom latino-americano, na trajetória da sua conversão, não percorrerá o Caminho de Santiago de Compostela, mas o Caminho de Machu Picchu. Mesmo assim, perceberá que todos os caminhos se entrelaçam numa rede. O resultado disso tudo é uma narrativa irônica, muitas vezes divertida ou cheia de ternura pela fraqueza dos seres humanos, outras vezes sufocante, opressiva e impiedosa. O segredo dessa história, porém, se encontra na conexão entre os seus muitos elos e cada leitor certamente tirará conclusões muito diferentes.