Este livro propõe um olhar insurgente sobre a cidade: como se apropriar de espaços, objetos e territórios a partir do conceito de desvio (détournement), nascido nas vanguardas artísticas e desenvolvido pela Internacional Situacionista, agora atualizado para o século XXI. Entre Marx e Freud, entre a crítica material e a experiência simbólica, a obra percorre casos exemplares para mostrar como as espacialidades urbanas podem ser deslegitimadas, atualizadas e vulgarizadas, abrindo caminho a novos processos de transformação.

Ao articular práticas materiais, narrativas e performáticas, Laura Castro revela como edificações, territórios e experiências digitais se abrem à invenção e à desobediência estética e socioterritorial. O resultado é a formulação do desvio como um (anti)método capaz de questionar a propriedade privada, o espetáculo e as formas cristalizadas da vida urbana, apontando para novos horizontes de criação coletiva.