Filosofia, Fenomenologia e Conhecimento - eis os temas tratados nesta obra. Em três ensaios filosóficos independentes na sua construção, o autor nos apresenta sua unidade e interdependência teórica através de noções como “inflexão madura”, alcance do horizonte a priori da subjetividade e familiaridade espontânea dos conteúdos de mundo. No panteão de filósofos e filósofas da História alguns poucos mereceram seus nomes imortalizados; Platão, Aristóteles, Descartes, Hume, Locke, Kant, Hegel, Hannah Arendt são exemplos dos mais ilustres. Pois bem, se considerarmos a virada do século XVIII para o século XIX, época de Kant e Hegel, nossa população mundial chegou ao patamar simbólico de um bilhão de habitantes. Hoje somos mais de sete bilhões e meio, nos encaminhando rapidamente para dez bilhões. Pergunta-se: produzimos filosofia nos patamares de um Kant e de um Hegel proporcionalmente ao nosso aumento populacional? Reconhecemos atualmente alguém nos patamares filosóficos de Kant e Hegel? As respostas a essas perguntas parecem ser negativas, mesmo não havendo dúvidas sobre a explosão quantitativa de produções entre livros, artigos, teses etc. Esse acúmulo quantitativo permanente […] é o padrão da nossa Era Técnica – a era do cálculo, da racionalização instrumental sistematizada –, e os âmbitos de informação (entre eles o acadêmico) não eram de se esperar que fossem um ponto fora da curva. Assim, o modus operandi que predomina em nossas Academias acaba sendo o do especialista que produz desenfreadamente notas de rodapé de pensamentos filosóficos, mas que vislumbra muito pouco, ou mesmo nada, de filosoficamente original.