Como existir aos olhos daqueles que não nos olham? A partir de sua experiência singular no cuidado de crianças autistas, o poeta e pedagogo francês Fernand Deligny tateia outros modos de vida: abertos a circunstâncias, repletos de entrecruzamentos, trocas e encontros - um viver em rede, como numa espécie de teia de aranha. Não à toa, Deligny deixou sua marca na obra de Gilles Deleuze e Félix Guattari, sobretudo no conceito de rizoma. Ao longo dos quinze ensaios desta coletânea - organizada por Sandra Alvarez de Toledo e com posfácio do psicanalista Bertrand Ogilvie - é possível vislumbrar a radicalidade de seu pensamento, tanto através de sua escrita poética, aforística e aguda, quanto através de suas cartografias - um dispositivo astucioso para desbancar a primazia da linguagem. É nessa abordagem não invasiva, sem interpretação nem “interpelação”, numa distância deliberada em relação à psicanálise, que Deligny percorre o espaço-tempo silencioso no qual habitam crianças que não falam, que vibram diante do brilho da água e que agarram as abelhas pelas asas, sem machucá-las.
Código: |
61426 |
EAN: |
9788566943184 |
Peso (kg): |
0,360 |
Altura (cm): |
21,00 |
Largura (cm): |
16,00 |
Espessura (cm): |
2,00 |
Especificação |
Autor |
Fernand Deligny |
Editora |
N-1 EDIÇÕES |
Ano Edição |
2015 |
Número Edição |
1 |