Por que Kant recorre à noção de mal radical? A filosofia moral carecia do conceito de mal radical ou apenas a filosofia da religião? Se, dentro de uma reflexão religiosa, o alcance do mal radical não puder ser restringido, nem tampouco compreendido, ele deve ser lido então como um conceito antropológico? É famosa a opinião de Goethe de que a doutrina do mal radical é incompatível com a filosofia crítica de Kant. Nesse livro, defendo uma opinião profundamente diferente. Eu argumento que o mal radical é uma exigência da própria reflexão de Kant sobre a liberdade e não a acomodação artificial em seu pensamento prático de uma convicção pessoal religiosa. Defendo não só a compatibilidade entre os princípios críticos e a primeira parte da Religião, como advogo que uma leitura antropológica também é equivocada. Acredito que a leitura antropológica é deficiente, pois não percebe que a doutrina do mal radical está, no fundo, a responder problemas internos ao domínio crítico da filosofia moral de Kant. As relações entre liberdade e moralidade na Fundamentação e na Segunda Crítica constituem, senão exatamente um problema para a imputação das ações, ao menos um potencial ofuscamento da elucidação dos juízos de responsabilidade moral. Tento sustentar que é justamente naReligião, em que a possibilidade de uma escolha inteligível do mal é claramente afirmada e desenvolvida, que encontramos a melhor elucidação que a filosofia prática de Kant oferece sobre a imputação moral.
Código: |
27681 |
EAN: |
9788580423105 |
Peso (kg): |
0,402 |
Altura (cm): |
23,00 |
Largura (cm): |
16,00 |
Espessura (cm): |
1,00 |
Especificação |
Autor |
Aguinaldo Pavão |
Editora |
EDITORA CRV |
Número Edição |
1 |