"Um verdadeiro formigueiro de negros": era assim que muitos viajantes e autoridades que chegavam pela primeira vez ao Rio de Janeiro ou a Salvador na segunda metade do século XVIII manifestavam sua surpresa diante do grande contingente de escravos e libertos que encontravam pelas ruas. Fragmentos setecentistas analisa o incômodo de autoridades coloniais e metropolitanas diante daquela "multidão de pretos e mulatos". Registros cartográficos, dicionários, relatos de festas públicas e processos de injúria, além da legislação, da correspondência oficial e dos textos clássicos de cronistas e letrados do período são tomados aqui como frestas por onde se pode divisar formas de percepção e avaliação presentes em uma sociedade diversa da que vivemos hoje. Como os fragmentos utilizados por arqueólogos e filólogos, os documentos são aqui examinados de diferentes ângulos e servem de ponto de partida para uma nova interpretação dos significados políticos da escravidão.
O assunto não é novo. Silvia Hunold Lara - assim como outros historiadores - vem estudando as experiências de homens e mulheres que foram trazidos da África como escravos. Mas o modo como o tema foi recortado e os caminhos percorridos por sua análise permitem uma compreensão renovada de relações entre poder, escravidão e cultura no Brasil. A leitura deste livro revela o processo de produção social de significados para palavras como negro, preto, pardo e mulato e os efeitos desestabilizadores causados, naquela sociedade, pela liberdade daqueles que não eram brancos.
Código: |
114522 |
EAN: |
9788535910339 |
Peso (kg): |
0,559 |
Altura (cm): |
21,00 |
Largura (cm): |
14,00 |
Espessura (cm): |
2,50 |
Especificação |
Autor |
Silvia Hunold Lara |
Editora |
COMPANHIA DAS LETRAS |
Ano Edição |
2007 |
Número Edição |
1 |