O processo de gramatização brasileira da língua portuguesa começou, de forma mais sistemática, na segunda metade do século XIX. Mais do que levar à descrição e instrumentação brasileira do português, por meio da produção de instrumentos linguísticos (gramáticas, dicionários, etc), esse processo conferiu legitimidade ao saber linguístico produzido por gramáticos e lexicólogos brasileiros ao fundar uma relação com a língua portuguesa livre da subordinação a Portugal. Trata-se de um processo no qual a descrição da língua se articula com a questão da língua nacional, o discurso sobre a língua cruza com a questão da construção da nação brasileira. No escopo desse processo, que começou no século XIX e se estende, com alterações, até nossos dias, foi criado, em 2006, na cidade de São Paulo, o Museu da Língua Portuguesa. Nesse projeto de tese, buscaremos compreender os sentidos desse museu, adotando, para isso, a perspectiva teórico-metodológica da História das Idéias Linguísticas, aliada à Análise de Discurso. Consideraremos, na investigação, as relações que esse museu mantêm com a história da própria língua portuguesa, da produção brasileira de conhecimento linguístico, da instituição museu e do processo de formação política e social do Brasil com suas políticas públicas. Metodologicamente, observaremos a relação do dito/mostrado no museu com essas histórias conexas; examinaremos o recorte que o museu opera: o que ele mostra como sendo língua e o que não mostra, atentando para os efeitos de sentidos produzidos nesse jogo entre o dizer/mostrar e o não-dizer/não.
Código: |
72860 |
EAN: |
9788584041824 |
Peso (kg): |
0,320 |
Altura (cm): |
21,00 |
Largura (cm): |
14,00 |
Espessura (cm): |
2,00 |
Especificação |
Autor |
José Simão da Silva Sobrinho |
Editora |
HUCITEC EDITORA |
Ano Edição |
2020 |
Número Edição |
2 |