A poesia de José Almino é finíssima. Condensada ao máximo, ela reúne com originalidade e força notável os objetos da memória, a observação deslocada do cotidiano e a experiência amorosa. Assim, a infância nordestina em que "o verão era permanente", a rica vida familiar ("minério de veio antigo"), a experiência política ("quando o medo... pousava a mão em meu ombro"), o exílio e a vida no Rio de Janeiro contemporâneo compõem, juntos, uma obra profundamente brasileira e atual, capaz de iluminar de muitas maneiras a inteligência e a sensibilidade do leitor.
A linguagem desses poemas encanta por seu refinamento, por sua densidade, pelo gesto amoroso com que as palavras são recolhidas e alinhadas e pela riqueza com que o texto é composto: "as palavras, sombra das coisas, ombreiam com a memória, recuam e se esgueiram, mas confortam na fresca da tarde". Particularmente interessante é o modo como Almino incorpora à sua poesia vozes de outros poetas, aqueles que se filtraram para seu sentimento do mundo e passaram a fazer parte de sua maneira de expressá-lo: assim, João Cabral, Drummond, Murilo Mendes e Bandeira, entre outros, fazem parte do clamor condensado que é a poesia de José Almino.
Código: |
111361 |
EAN: |
9788535916096 |
Peso (kg): |
0,129 |
Altura (cm): |
21,00 |
Largura (cm): |
14,00 |
Espessura (cm): |
0,70 |
Especificação |
Autor |
José Almino Cláudia M. R.; Alencar |
Editora |
COMPANHIA DAS LETRAS |
Ano Edição |
2010 |
Número Edição |
1 |