A primeira coisa notável em A teoria do jardim é que o livro pede para ser relido assim que a primeira leitura é concluída. Talvez isso aconteça porque os belos poemas que o compõem sensibilizam o leitor com a duplicidade de sua composição, ao mesmo tempo delicada e incisiva, sensível e racional, suave e aguda. A primeira leitura - ou pelo menos a da superfície - é sensorial, a das palavras que iluminam percepções, a do prazer literário imediato. A segunda é a finamente inteligente. A que se detém no projeto mencionado por Dora no trecho do poema citado acima.
O título do livro já aponta para um programa de trabalho: "a teoria do jardim" trata de elaborar uma teoria da poesia, vista como o jardim que se desdobra em paisagens do passado e do presente e nas quais está gravada a marca do corpo e das experiências amorosas.
Essa construção de uma língua nova impregna a poesia de Dora Ribeiro de sentidos simultâneos e móveis, pois a língua dos poemas, ancorada na melhor tradição lírica e permeada pelo raciocínio, traz o humor à flor da pele e mistura sofisticação com idiomatismos para afirmar que "não há sentido fora / do movimento e não existe / vida fora das breves inclinações".
Código: |
113592 |
EAN: |
9788535914962 |
Peso (kg): |
0,156 |
Altura (cm): |
21,00 |
Largura (cm): |
14,00 |
Espessura (cm): |
0,80 |
Especificação |
Autor |
Dora Ribeiro |
Editora |
COMPANHIA DAS LETRAS |
Ano Edição |
2009 |
Número Edição |
1 |