Pela primeira vez no Brasil, Mina Loy chega em edição bilíngue (português/inglês) com uma antologia de textos poéticos e políticos. Eis a “bufona do serviço secreto da causa da mulher”, propulsão da libertação feminina, que escreveu, desenhou, orientou a vida pelo desejo libidinoso, amou e foi amada como poucas.
Ainda que fosse estimulada pelas vanguardas do pensamento artístico-moderno, a escritora inglesa não atravessou passivamente nenhuma delas. No “Manifesto feminista” (1914), propõe às mulheres que desmascarem as “ilusões de estimação”, descartando as mentiras dos séculos. Sua radicalidade combate “a irresponsabilidade do macho”, o futurismo dos homens com máquinas fálicas e duras por meio da única reforma possível: a “demolição absoluta”. Foi essencial para a renovação crítica do espírito surrealista, cujos comprometimentos do movimento contra a opressão patriarcal eram vistos como propícios.
No ensaio “Traduzindo Mina Loy”, a tradutora Maíra Mendes Galvão ressalta que a autora chama atenção “primeiro pela estranheza” e se desenrola com a sensação de “uma qualidade de trapaça, de haver sempre algum truque de espelhos, algo escondido bem na superfície”. Para isso, a edição é cuidadosa em respeitar os espaçamentos improváveis, variações no tamanho da letra e grifos da própria autora.
Mina Loy, recuperada desse “esquecimento editorial”, tão atual e essencial, desembarca em solo brasileiro em momento oportuno. É a força da maré revolta contra a lógica má-formada por perspectivas que ignoram o desejo. Contra “névoa da moralidade social”, com “visão em blecaute”, escreve com essa escritura derrotada ansiando que leitoras e leitores abram as páginas e juntem os cacos.
Tradução: Maíra Mendes Galvão
Nota Biográfica: Alexandre Barbosa de Souza
Cronologia: Roger Conover
Código: |
156345 |
EAN: |
9786581305017 |
Peso (kg): |
0,132 |
Altura (cm): |
14,50 |
Largura (cm): |
22,50 |
Espessura (cm): |
0,50 |
Especificação |
Autor |
Mina Loy |
Editora |
100/CABEÇAS |
Ano Edição |
2020 |
Número Edição |
1 |