Fragmentos de uma boa onda é um bagunçado livro de poemas, as memórias estão embaralhadas, a noção de espaço-tempo é diluída pelo duplo sentido das palavras presentes em alguns versos. Ficção e realidade se misturam nos ciclos constantes das estéticas textuais, disputam cenários, narrativas, e pedaços entre versos e estrofes A criação libertária atravessa as lacunas do não-dito através da linguagem muda encontrada nos interpretativos tipos de silêncio. As frequências internas oscilam assim como as ondas do mar, partindo dessa perspectiva, o eu lírico, voa de charrete, visita o instante doce da felicidade, mergulha em coloridos grãos de café, derrapa numa enxurrada de tristeza, flerta com a loucura. O surrealismo está presente quase sempre. Há existencialismo espalhado em diversas emoções que circulam pela matéria e pelo inconsciente, há versos sobre Minas Gerais, sobre multiversos e planetas, outros bem guaxupeanos. Fragmentos de uma boa onda apresenta ao leitor uma explosão de sentidos, ritmos, confrontos, contradições, conflitos, paixões, cores, vibrações, estações silêncios, desilusões, prazeres, entre outros temperos da galáxia.