Em meio à avalanche de poesia de denúncia e vanguarda de nossos tempos, surgem versos que percorrem silenciosamente nosso imaginário com cores e melodia sintonizadas com a alma humana, são palavras que buscaram os sentimentos do(s) Uni-versos. Isabelle Scalambrini é um exemplar da simplicidade e da profundidade dos artistas que olham para as coisas e as transformam em essência, que ouvem as palavras e as transformam em emoções.A poetisa está à procura de um leitor que “di-vi-da” a vida, que seja inteiro “por alguns segundos”, que leia seus versos “em linhas tortas” para encontrar “o eu que se perdeu”. Seu tempo é cíclico: na “mudança”, ele “acaba rodopiando para o mesmo lugar”. Ela não usa o imperfeito, pois é a própria fascinação, o presente é seu movimento, o presente é feito de arte, e ela “feita de arte, da arte de amar, reproduzir, crescer, sonhar, amar”.Em tempos de intolerância, em tempos de exibição, nasce uma flor tenra, jovem para singelamente cultuar o mais puro dos sentidos: a sensibilidade. Ai do poeta se não fosse a dor, ai do poeta se não fossem as perdas, os desencontros. Ela conhece bem o amor e seus desvios e sabe “que um sorriso esconde tão bem a dor”. Ai de nós, leitores, se não fosse o sopro divino que veio agraciar os versos da poetisa. Perderíamos, assim, a visão de suas palavras, não ouviríamos a harmonia de suas leves rimas. Ela não escreve versos, não confecciona poemas, simplesmente se veste de poesia e ternura.Aos que se dizem insensíveis, um caminho para se acharem; aos sensíveis, um momento para deixarem as lágrimas mudas e trêmulas. Uni-vos, leitores, com Uni-versos.Carlos Hebert Coutinho de Andrade