Vivemos atualmente em uma sociedade "incessante", sempre ativa e cada vez mais incapaz de se desligar da tomada, sempre digitando, compartilhando, perdendo o sentido da diferença entre dia e noite, entre dia útil e feriado, entre casa e escritório, entre real e virtual. Mindfulness é um possível antídoto para esse incessante desvio do progresso cultural e tecnológico, ao nos convidar a entrar nos nossos corpos, a dar sentido a cada momento de nossas vidas e a não correr para passar ao próximo; impulsiona-nos a sermos nós mesmos, a darmos valor àquilo que observamos através do nosso olhar e a não buscar devorar o que temos à frente para nos apropriarmos; convida-nos a deixarmos que o mundo flua, para separarmos um tempo para e com nós mesmos, sem desejar ter o controle sobre tudo aquilo que muda ao nosso redor. Mindfulness é um convite a sermos humanos, a aceitarmos nossa natureza sem desejar mudá-la continuamente utilizando próteses de qualquer tipo, com a finalidade de expandir as possibilidades e superar os limites físicos e psicológicos.