Os casais discutem por meio de gestos, palavras, silêncio, olhares, telepatia; e não raro agridem-se física e moralmente. O resultado é: tromba, ironia, insônia, enxaqueca, travamento muscular... ou, pior, instaura-se um processo de autodestruição, que pode levar à separação definitva.

Daí a proposta deste livro: aprender a tolerância e aceitar a diferença. Não é algo fácil, pois a cultura em que vivemos leva ao individualismo, ao narcisismo, à exclusão sumária de quem possa incomodar ou provocar com suas críticas. Contudo, a vida a dois pode ser um belíssimo projeto de mútua-realização, de desenvolvimento pessoal e espiritual capaz de nos tornar mais humanizados, solidários, éticos, menos prepotentes e narcisistas, aptos para interações afetivas saudáveis e relações construtivas.

A tolerância, a aceitação das diferenças parece ser o caminho de uma relação construtiva e o antídoto às desavenças entre marido e mulher, pais e filhos, irmãos, até entre parentes. Nada mais constrange tanto e depõe contra a vida a dois do que o semblante triste, frustrado, de quem já não consegue "tolerar" e "aceitar" o outro como ele é, mas apenas o "suporta", até que a vida os separe definitivamente. Mas sempre é possível escrever uma história de amar e de bem-querer.