Um obstáculo é aquilo que impede de ir para a frente. Ele pode decorrer de decisões ou de costumes, de normas ou de leis que, por razões explícitas ou não, impedem, limitam ou deturpam a execução de uma ação em uma determinada direção. A vida humana é feita de obstáculos e de buscas de superação.
Com as assembleias eclesiais não é diferente. Elas acontecem em todos os níveis para buscar decisões consensuais e pautar objetivos, metas e estratégias, conforme as soluções decididas pelo grupo.
O sínodo sobre a sinodalidade que está em marcha na Igreja Católica traz um objetivo, um conteúdo e uma meta especiais que visam a afirmar a sinodalidade como um princípio, um método e um objetivo de ação para toda a Igreja.
A reflexão apresentada neste livro mapeia alguns obstáculos à sinodalidade e estrutura-se em duas partes. A primeira apresenta as chaves de leitura para preparar a localização dos obstáculos entre a conservação e a renovação. A Igreja é uma organização histórica e social que carrega consigo a dinâmica da preservação e da mudança. Dentro dessa instituição, o Papa Francisco apresentou um projeto reformador que vai dando passos à medida que seu pontificado avança. A segunda parte foca nos obstáculos à sinodalidade, classificando-os como culturais (nas ideias e valores consolidados que podem travar o avanço da sinodalidade), políticos (nas posturas de sujeitos que dificultam a participação) e estruturais (naquilo que se encontra instituído na Igreja e que pode reproduzir a inércia e resistir às mudanças).
O processo sinodal concretiza a própria era do aggiornamento conciliar: época de discernimento e renovação permanentes da Igreja no diálogo e no serviço à humanidade e na vivência de sua própria dinâmica interna, como discípulos e missionários de Jesus Cristo.