A Matemática é um conjunto de verdades absolutamente necessárias, segundo o físico David Deutsch. É interessante ver um físico, definir uma ciência da qual ele é, via de regra, apenas usuário. Guardadas as devidas proporções, poderíamos dizer que a Matemática, para um físico, é apenas uma caixa de ferramentas. Mas a elegante definição de Deutsch, guarda um profundo respeito filosófico e que não lhe subtraem a praticidade, ou seja, o seu uso. A definição começa usando o termo 'conjunto', que per si não possui definição, sendo porém, bem entendido quando exemplificado ou usado por meio de sinônimos. Ao agregar que este conjunto é formado por verdades, Deutsch deixa a situação mais complicada, pois o que é a verdade? Verdade é a informação que confere com o padrão escolhido. Um referencial, que pode variar. Mas, o físico acrescenta que a verdade da qual é formada a Matemática deve ser absoluta e necessária. Se for absoluta, então não permite troca de referenciais, ou permite? Talvez permita por necessidade, mas o que é necessário em Matemática? Necessário é aquilo que não se pode dispensar. O texto com o qual Ademir Basso nos brinda, não é por excelência um conjunto de verdades herméticas e absolutas, como quer David Deutsch. Porém, é leitura necessária aos que ensinam, ou querem aprender mais sobre a Matemática. Trata-se de uma coletânea de capítulos, bem distribuída e que visa provocar o leitor com 'tiradas' de humor, cultura e diversão, ao mesmo tempo em que, inunda nossa alma com Matemática. Muito provavelmente a forma mais espontânea da verdade seja o sorriso de uma criança, que é uma forma absoluta de comunicação. Completa em sua essência, necessária por natureza. Ao ler o material, tive a real impressão de voltar à infância, na qual tudo era novidade. Assim foi com o livro. Rápido, trigueiro e nervoso. Nele vi a figura de seu autor: irrequieto, agitado e transbordando energia. Uma figura que engole palavras, como se quisesse usar todas de uma