Contar a história da descoberta da ação anticancerígena da fosfoetanolamina poderia ter sido tarefa simples e linear: o início fortuito em um laboratório da USP – São Carlos, as primeiras evidências empíricas de sucesso a fundamentação científica que se seguiu, e a disponibilização de um medicamento a custo real. Esse percurso foi obstado pela classe médica e pela academia, cujas razoáveis e legítimas intenções eram, porém, frias e dogmáticas, quando não decididamente hostis. Ao fundo, ainda oculta-se a presença da grande Indústria Farmacêutica multinacional – aquela mesma dos gigantescos lucros – a espreitar esse estranho concorrente indiferente ao deus dinheiro. Do linear que podia ser, passamos a um percurso acidentado do qual ainda não vemos o final: o reconhecimento da ação anticancerígena da fosfo, um medicamento de baixo custo, finalmente ao alcance de todos