Ler Mika Andrade, na memória do corpo, é um convite às eróticas vividas e a se aventurar pelas ainda não vividas. Ali se encontram, na memória do corpo.
Como se ao lê-las, o leitor se deparasse com a poeta em seus atos de amor, tesão e uma escrita que fala sobre esse desejo de escrever.
Não é à toa que a poeta insiste:
“de novoo poema preso– intacto –na garganta”.
Nos entre mundos de meias-riscas e repetições. O poema, ali, situado no ápice de sua externalização para o mundo, como quem ensaia. Seu nascimento. E vocalização, posto que, quem nasce, gera som no mundo.
Voz. Pois chora, e se chora é porque demanda algo.
Começando a demandar quem os ouça e os beba, aplacando uma sede e gerando outras. Pois se o poema gera sede ao gerar a si mesmo, a leitura também o faz. E esses poemas têm sede de serem ouvidos e lidos em seus ‘v’ e ‘m.’.
Deixando uma sugestão àquele convite, pois a poeta busca em suas geografias a fuga das catalogações – “do desejo”, “do corpo”, “da existência”.
Então, quem tiver de vir, que venha. Mas ciente de seu pleno direito ao gozo e à escrita. E não se prenda nas geografias das palavras e, sim, dê as mãos a elas. Lambendo, assim,
“a palavraaté que se faça líquidafeito gozo”.
Rafaela Miranda
Código: |
117166 |
EAN: |
9786556811413 |
Peso (kg): |
0,136 |
Altura (cm): |
21,00 |
Largura (cm): |
14,00 |
Espessura (cm): |
0,50 |
Especificação |
Autor |
Mika Andrade |
Editora |
MOINHOS |
Ano Edição |
2023 |
Número Edição |
1 |