Se fazer professor é uma das mais necessárias e exigentes questões de nossa realidade educacional. Se tornar professores de modo a superar as marcas e as matrizes dos perfis autoritários que prevaleceram em nossa tradição escolar histórica e de construir uma nova identidade, humanista, acolhedora, dialógica, emancipatória para esses profissionais, proeminentes protagonistas da educação e da prática escolar. Não nascemos professores, somos feitos educadores e professores pelas práticas sociais e pelas escolhas, teóricas e práticas, que vamos fazendo pela vida afora, subjetiva e profissional. Eliana Romão, educadora de primeira grandeza, a partir de narrativas da professora que se fez, traz nas páginas deste livro sua bela e rica trajetória, subjetiva e profissional, na tessitura amorosa de se tornar professora. Professora como aquela que professa, numa dimensão transcendente, a crença profunda na condição humana, no amor que educa e na educação que ama, no diálogo entre pessoas como prática de solidária e criativa convivência e de artesanal dinâmica de humanização. Apresenta a escola da vida, acrescida das concepções pedagógicas de acolhimento e de desvelamento da riqueza de cada ato ou atitude, de ensino e de aprendizagem, a base amorosa da escola do ser, e não somente da escola de saber ou da educação para o poder, mas educação que humaniza a emancipa. O leitor encontrará aqui, além dos fios de Mnemósine, os fios de Ariadne, a superar o desvario dos labirintos desumanizados em que se tornaram nossas pobres escolas e nossas medíocres teorias pedagógicas estatísticas e mensurativas. Cesar Nunes